Foto: Germano Rorato (Arquivo Rorato)
No dia em que as regiões do Vale do Rio Pardo e Centro se uniram pela duplicação da rodovia que liga Santa Maria a Porto Alegre, o governo confirma que estudo será divulgado ainda este ano
Representantes das entidades empresariais do Vale do Rio Pardo e Região Central realizaram, hoje, a primeira reunião do movimento pró-duplicação da RSC-287, no trecho de 209 quilômetros de Santa Maria até Tabaí. Em até 10 dias, será formada uma comissão para representar os municípios que são cortados pela rodovia, e dar voz ao movimento.
Alunos da Veterinária da UFSM arrecadam ração e medicamentos para trote solidário
A meta é sensibilizar políticos e pressionar o go- verno do Estado para garantir que a concessão da rodovia saia do papel e que a duplicação deixe de ser apenas uma necessidade urgente. No mesmo dia do lançamento, a Secretaria Estadual do Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), responsável pelo andamento do estudo de viabilidade da concessão, confirmou a apresentação do projeto para novembro.
De acordo com o presidente da Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul, Lucas Rubinger, falta apenas a escolha do grupo de líderes que tomará frente das ações práticas do movimento Duplica 287:
- Serão essas pessoas que participarão de reuniões, congressos e farão também o contato com os candidatos ao governo gaúcho, para que todos saibam que a região depende da duplicação da rodovia.
Cerimônia nesta sexta marcará os 110 anos da 3ª Divisão de Exército
A marca do Duplica 287 foi criada em parceria. O modelo original foi desenvolvido pela Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (Cacism), que desde outubro do ano passado também se mobiliza pela duplicação da 287. O formato foi aprimorado em Santa Cruz, tornando-se a identidade visual do pleito das duas regiões.
- Escolhemos unificar esta marca, assim com o discurso e as metas. Vamos unir forças por esta causa - diz o presidente da Cacism, Rodrigo Decimo.
A representação gráfica do movimento será utilizada em peças publicitárias, outdoors e até nas redes sociais.
- Marcações em redes sociais devem ser feitas com hashtag Duplica287. Iremos monitorar isto e medir o alcance digital - afirma Rubinger.
O lançamento do Duplica 287 levou ao auditório da Associação das Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul (Assemp), lideranças políticas e empresariais de Candelária, Venâncio Aires, Santa Cruz e Santa Maria.
ESTUDO TÉCNICO
Hoje à tarde, o governo do Estado ratificou ao jornal Gazeta do Sul a intenção de duplicação da rodovia, ao confirmar a conclusão do estudo técnico. O secretário Estadual de Planejamento, Governança e Gestão, Josué de Souza Barbosa, confirmou que a conclusão do pacote de estudos de viabilidade, que são realizados pela KPMG Consultoria, está para ser concluído.
Foto: Lula Helfer (Divulgação)
Entidades regionais lançaram a Duplica 287 em evento
A concessão da rodovia à iniciativa privada, que dará condições econômicas ao investimento em três rodovias estaduais - a RSC-287, a ERS-324, em Passo Fundo, e a ERS-020, na Serra, além da Rodoviária de Porto Alegre - deverão ser entregues em novembro. Segundo Barbosa, depois disso, o governo avaliará os próximos passos até o lançamento do edital. O detalhe é que o atual governo termina em 31 de dezembro, o que deixa em aberto o futuro do projeto.
A campanha pela duplicação da RSC-287, principal ligação de Santa Maria com a Região Metropolitana, conta com apoio do Diário de Santa Maria.
Obra de duplicação poderá custar R$ 1,5 bilhão
O presidente do Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Ricardo Portella Nunes, defende que a concessão das rodovias gaúchas precisa ser um programa de governo a ser debatido com a nova gestão do Piratini. O projeto não foi lançado, ainda, devido às eleições de outubro.
Entidades criam coletivo em defesa do patrimônio histórico de Santa Maria
O Plano Estadual de Logística de Transportes do Rio Grande do Sul (Pelt-RS) é o relatório que indica a necessidade de duplicação da RSC-287, e fez com que o governo incluísse a rodovia como uma das prioridades de concessão. O professor de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Luiz Afonso dos Santos Senna, coordenou o Pelt-RS e explica que a parte técnica do estudo, para dar condições à criação do plano de concessões, não deve estar pronta. Segundo ele, o levantamento de valores, investimentos, detalhamento de obras e diretrizes à privatização de uma rodovia é um trabalho demorado.
Distorções de valores precisam ser corrigidas. Senna apresentou em março deste ano que o valor da duplicação da 287, entre Santa Maria e Tabaí, consumiria o equivalente a R$ 1,5 bilhão. O estudo leva em consideração o tempo de execução total da obra, estimado em 21 anos.
No lançamento do Duplica 287, além de representantes de entidades de classe, engenheiros santa-cruzenses acompanharam a discussão. Carlos Augusto Gerhard (Moi) contrapôs o custo da duplicação apontado pelo Pelt-RS. Segundo ele, o valor de um quilômetro de rodovia pavimentado é de R$ 2,5 milhões. Aplicando essa referência, o preço cairia quase à metade.
Cinco rodovias que ligam Santa Maria e Quarta Colônia estão com 50% do asfalto recuperado
- Por isso será necessário negociar e estudar muito bem a proposta do governo para esta concessão - acrescenta.
Segundo o estudo técnico, o trecho de 77 km entre Santa Cruz do Sul e Tabaí entrará em colapso se não for duplicado até 2024. Já os 132 km entre Santa Cruz e Santa Maria só suportarão o tráfego atual até 2039.